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Setor agrícola busca atingir os ODS

O Escritório Compartilhado da ONU, em São Paulo, foi palco, no dia 28 de abril, do workshop para a construção colaborativa da Cartilha orientadora de implementação dos Princípios Empresariais para Alimentos e Agricultura (PEAA).

O Escritório Compartilhado da ONU, em São Paulo, foi palco, no dia 28 de abril, do workshop para a construção colaborativa da Cartilha orientadora de implementação dos Princípios Empresariais para Alimentos e Agricultura (PEAA). A publicação reunirá os principais temas, práticas e indicadores do setor para que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) sejam atingidos pelas organizações. A reunião, que teve o apoio da Rever Consulting, contou com especialistas de empresas, ONGs e agências da ONU e teve o objetivo de expor e validar as práticas mapeadas dentro de cada um dos seis princípios, bem como discutir cases a serem usados para ilustrá-los.
A Rede Brasil do Pacto Global trabalha para ampliar a implementação de seus princípios no país, por meio da atuação de Grupos Temáticos, com o objetivo de colaborar para a construção de uma cultura de avanços na sustentabilidade e a promoção dos ODS. O GT de Alimentos e Agricultura, que conta hoje com diversos membros, entre empresas e representantes da sociedade civil, articula com importantes atores do setor para promover a responsabilidade social corporativa.
“Demos o primeiro passo para concentrar práticas atuais do mercado em diversos temas socioambientais relevantes para o setor no contexto brasileiro em um único material. Agora, abrimos o diálogo com profissionais qualificados, com expertise e capacidade de nos ajudar a validar o conteúdo da Cartilha e compartilhar suas visões e reflexões em conjunto com empresas integrantes do GT”, comentou a coordenadora do GT e diretora de Desenvolvimento Sustentável da Amaggi, Juliana Lopes.

Para a secretária executiva da Rede Brasil do Pacto Global, Beatriz Martins Carneiro, o evento trouxe a possibilidade de democratizar a discussão sobre o conteúdo do documento, que balizará a internalização dos ODS nas organizações. “São iniciativas como esta, de propor uma discussão coletiva de conteúdos importantes para setores em que as empresas têm grande atuação e responsabilidade, que fazem da Rede Brasil uma iniciativa de referência para o setor privado brasileiro”, comentou.
O encontro teve a participação de dois convidados de agências da ONU, como Hardi Michael Wulf Vieira, oficial de programa para o Brasil do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (IFAD). “Estamos acostumados a discutir as temáticas com o setor público e a sociedade civil, e a discussão mostrou uma mudança de mentalidade, de que é preciso consensuar pontos fundamentais com as empresas. A reunião legitima também a ótica do setor privado, que se aproxima da agenda de desenvolvimento. Trata-se de um ganho para todos, pois é um ator que não pode estar isolado, especialmente em temas de desenvolvimento rural. É um documento que fará do Brasil referência na área”, comentou.
Modelo para países tropicais
Segundo o assistente do representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Gustavo Kauark Chianca, que também foi convidado, a reunião compartilhada mostrou as boas práticas das empresas, que precisam ser externalizadas, e a preocupação do setor com os ODS. “Vemos que empresas importantes, não somente pelo porte, mas pela relevância, têm transformado suas boas práticas em modelos empresariais. Os PEAA são uma iniciativa avançada e servirão de modelo para países tropicais. Além disso, são semelhantes às diretrizes voluntárias da FAO, que se referem especialmente sobre o manejo do solo, da água e das florestas”, disse.
A Rede Brasil do Pacto Global lançou os PEAA em março de 2015, durante o workshop “Princípios em prática”, na Fundação Espaço ECO, em São Bernardo do Campo (SP), que traçou as estratégias para o fortalecimento dos princípios no contexto brasileiro. Cerca de 60 representantes das principais empresas e associações do setor estiveram presentes e manifestaram compromisso pela efetivação dos princípios em suas cadeias de produção, envolvendo fornecedores e produtores rurais.