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São Paulo sedia o primeiro fórum de investimento em ODS no mundo

Empresas e investidores se reuniram com representantes do governo nessa quarta-feira (20) para discutir como o setor privado pode desempenhar um papel importante ao combinar o valor do capital aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Empresas e investidores se reuniram com representantes do governo nessa quarta-feira (20) para discutir como o setor privado pode desempenhar um papel importante ao combinar o valor do capital aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Lançado na sede da B3 em São Paulo, o SDG Investment Forum, o primeiro realizado no mundo, focou nas oportunidades e desafios para alinhar os investimentos aos ODS. A série de SDG Investment Foruns, que ocorrerá em outros países,  se baseia no trabalho de revisões nacionais voluntárias (ou Voluntary National Reviews, VNRs) e planejamentos nacionais para conscientizar o setor privado das oportunidades de investir nos ODS, além de ser um momento para que o governo entenda os desafios que as empresas e investidores lidam quando se alinham às estratégias com os ODS. “É pelo trabalho conjunto de empresários e investidores que podemos fazer a diferença em avançar nos ODS e conduzir um impacto positivo”, disse Fiona Reynolds, CEO da Principles for Responsible Investment (PRI).
 
O Fórum reuniu mais de 140 participantes dos setores público e privado, envolvendo representantes das Nações Unidas, sociedade civil e academia. Dividido entre sessões de conferência e sessões de mesas redondas, o evento trouxe uma abordagem regional quanto aos desafios em alinhar os ODS aos interesses do setor privado. Empresas brasileiras apresentaram cases ligados aos ODS, relatando as suas próprias experiências. “Sustentabilidade não é um custo adicional, não é um pedágio, é um investimento para melhores negócios”, disse João Paulo Ferreira, CEO da Natura.
 
Já investidores reforçaram que as práticas empresariais alinhadas à agenda sustentável passaram definir os investimentos em potencial. Uma dessas instituições foi gestora de investimento Pimco. “Nós da Pimco vemos como uma feliz oportunidade ajudar a criar um mercado de títulos ODS. Encorajamos empresas e governos a considerar instrumentos ligados aos ODS para financiar seus objetivos sustentáveis. Essa é uma maneira que podemos ajudar para responder os bilhões-para-trilhões de desafios dos ODS”, disse Gavin Power, chefe de sustentabilidade da Pimco. Ao final, uma cerimônia de toque de campainha foi realizada no pregão da bolsa.
 
 

Foto: Bruno Noda/Pacto Global
 
 
 
Ambição para os ODS
A principal mensagem do Fórum foi o reconhecimento de que os ODS apresentam uma oportunidade financeira. ” O know how empresarial é muito valioso e determinante para dar escala a boas práticas que viabilizem uma economia sustentável”, comentou Niky Fabiancic, coordenador-residente da ONU no Brasil.
 
Porém, são necessários movimentos ousados para integrar os ODS às estratégias de negócios e aos mercados financeiros. Enquanto ações para avançar nos ODS estão aumentando, atingir as ambições significa unir o setor público e o privado. Segundo a presidente da Rede Brasil, Denise Hills, essa união é inadiável e deve envolver um diálogo colaborativo sobre a sustentabilidade. “O futuro já é amanhã”, enfatizou Hills. A série de eventos SDG Investment Forum foi criada com esse objetivo, estabelecendo bases para uma melhor integração dos ODS por meio de estratégias nos negócios e nos mercados financeiros.
 
“Para atingir os ODS, precisamos engajar negócios e investidores em todas as partes do mundo. Nossos fóruns regionais nutrem um diálogo colaborativo para refletir sobre o papel que o setor privado pode desempenhar ao direcionar o capital em torno dos ODS, ajudando a inspirar ações para fechar a lacuna de financiamento dos ODS. Juntos com nosso co-organizador (PRI), temos o potencial para realmente fazer os Objetivos Globais, negócios locais”, disse Lise Kingo, CEO e Diretora Executiva do Pacto Global.  Evento contou com apoio da PIMCO, B3, ONU Meio Ambiente, Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (UNDESA) e Banco Itaú. A previsão é que a iniciativa ocorra em outras regiões do mundo ao longo do ano.