Nova arquitetura de engajamento do setor privado vira marco para promoção do desenvolvimento sustentável.
Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon destaca importância das empresas para a futura agenda ONU e diz que nova arquitetura de engajamento vai ampliar ainda mais a ação empresarial.
A Cúpula de Líderes do Pacto Global das Nações Unidas, realizada há menos de um mês (19 e 20/9) em Nova York, representou um marco para o conceito de sustentabilidade empresarial. O encontro fomentou também uma onda de engajamento sem precedentes do mundo dos negócios com o desenvolvimento humano sustentável.
Os mais de mil diretores-executivos, presidentes de empresas e líderes empresariais de alto nível que compareceram ao hotel Grand Hyatt – a alguns quarteirões das da sede das Nações Unidas – devem endossar a chamada Construção da Arquitetura do Engajamento Empresarial pós-2015, apresentada pelo Secretário- Geral da ONU, no último dia do encontro. Ban Ki-moon, disse que a proposta é projetada para “conduzir e dar ganho de escala às ações empresariais a fim de promover diretamente o avanço dos objetivos das Nações Unidas”.
A iniciativa foi apresentada, como salientou o Secretário- Geral em seu discurso, poucos dias antes do encontro de governos na sede da ONU, em Nova York, para avaliar o progresso sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) e planejar a continuidade do processo após a expiração das metas dos ODM em 2015.
Ban Ki-moon também anunciou o lançamento de outras três plataformas no âmbito do Pacto Global – com foco empresarial em Educação, Agricultura e Paz – que foram descritos por ele como os planos complementares ambiciosos para que empresas alinhem interesses comerciais de longo prazo com o progresso social e ambiental do planeta.
Um relatório também lançado no último dia da Cúpula de Líderes (Leaders Summit) pelo Pacto Global da ONU e a Accenture revelou um consenso generalizado entre os presidentes de empresas de todo o mundo sobre a natureza estratégica da sustentabilidade. A grande maioria convoca para a ação governos, investidores e consumidores a fim de desbloquear todo o potencial da sustentabilidade empresarial.
O plano de vincular o envolvimento das empresas com as prioridades globais é um marco no crescimento do Pacto Global das Nações Unidas desde a sua fundação em 2000. Na época, os laços da ONU com o setor privado eram escassos. Hoje muita coisa mudou: o Pacto Global é a maior iniciativa de sustentabilidade empresarial do mundo, com a participação de 8.000 empresas e 4.000 organizações da sociedade civil de 145 países.
O portfólio de programas do Pacto Global da ONU também inclui plataformas temáticas sobre empoderamento feminino, direitos das crianças, clima, a água e combate à corrupção. Existem atualmente redes locais, organizadas em 101 países, com a capacidade de agir como centros (hubs) para estratégias nacionais de sustentabilidade. Também na agenda do último dia da Cúpula de Líderes, realizada a cada três anos, esteve o Fórum do Setor Privado em África.
Sobre a Cúpula de Líderes do Pacto Global da ONU
Presidida pelo Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, a Cúpula de Líderes do Pacto Global da ONU 2013: Arquitetos de um Mundo Melhor (19-20 de setembro) reuniu executivos com líderes da sociedade civil, governos e das Nações Unidas para desvendar uma nova arquitetura mundial para a sustentabilidade empresarial. Como a aproximação do prazo para o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, em 2015, o encontro definiu o cenário para que o setor empresarial possa moldar e fazer avançar a agenda de desenvolvimento pós-2015, propondo uma arquitetura para os negócios capaz de contribuir, de forma inovadora, para as prioridades globais, como as alterações climáticas, água, alimentos, equidade, empregos dignos e educação.
A participação da Rede Brasileira do Pacto Global – uma das principais patrocinadoras do encontro por meio das signatárias: Petrobras, Braskem, CPFL Energia e Abril – contou com uma das maiores delegações no evento, levando mais de 40 representantes.