Em parceria com a ONU Mulhere e o BID Invest, a plataforma WEP Gender Gap Analysis Tool (Ferramenta de Análise de Diferenças de Gênero e Princípios de Empoderamento das Mulheres), do Pacto Global, será lançada oficialmente lançada no Brasil durante o seminário “Gênero e Inclusão nas Empresas”, que ocorre no dia 12, na sede da Insper em São Paulo. Usada por mais de 800 empresas em 90 países, a tecnologia agora terá versão em português, graças a uma parceria entre o projeto Diálogos Nórdicos e a Rede Brasil do Pacto Global.
A plataforma online é gratuita, fácil de usar e assegura a confidencialidade das informações das empresas, ajudando-as na avaliação de suas políticas internas e seus programas atuais, destacando as áreas que precisam ser melhoradas e identificando oportunidades para ações e objetivos corporativos futuros.
São no total 18 questões de múltipla escolha que derivam de boas práticas em prol da igualdade de gênero no mundo todo, abrangendo liderança, ambiente de trabalho, mercado e comunidade. Os tópicos incluem compromisso com uma estratégia de igualdade de gênero, pagamento igualitário, recrutamento, apoio aos pais e cuidadores, saúde da mulher, entre outros. Cada questão é organizada de acordo com o modelo de gestão e atende empresas de todos os tamanhos.
Desafio da Igualdade de Gênero no Brasil
O debate sobre a igualdade de gênero no setor privado, e em várias outras esferas da sociedade, é uma tendência que ganha cada vez mais voz. A globalização e o aumento do número de mulheres no mercado de trabalho também contribuíram para que, nos últimos anos, mais empresas voltassem sua atenção para essa questão, não apenas pela repercussão social e trabalhista, mas também por interferir nas estratégias de negócio das empresas a partir da promoção da igualdade de gênero.
Dados do Fórum Econômico Mundial sobre competitividade global indicam que a igualdade de gênero é um dos fatores — ao lado da etnia, orientação sexual ou religião — que beneficia o crescimento econômico de sociedades inclusivas e diversificadas.
Um estudo do Banco Mundial — Mulheres, Empresa e o Direito 2018 — afirma ainda que se houvesse igualdade salarial entre homens e mulheres, o PIB (Produto Interno Bruto) mundial seria 26% maior. Já no PIB do Brasil, haveria um aumento de 3,3%, ou seja, o equivalente a R$ 382 bilhões.
Esse é um aspecto importante, visto que há mais mulheres do que homens no país. Segundo estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as mulheres correspondem a 51% da população, contra 48,5% dos homens. Ou seja, dos 207 milhões de brasileiros, aproximadamente 106 milhões são mulheres, e elas respondem por 43% da força de trabalho.
O levantamento do Banco Mundial indica também que o Brasil possui vários aspectos favoráveis às mulheres, que não se veem em sociedades mais rígidas, porém faltam medidas que assegurem a igualdade de gênero — como a licença parental e a remuneração igualitária entre homens e mulheres.