Mais de 120 executivos de algumas das principais empresas do mundo se juntaram aos Chefes de Estado e representantes de governos, líderes das Nações Unidas e sociedade civil nesta semana com o objetivo de explorar soluções inovadoras para alguns dos desafios mais prementes do nosso tempo. O UN Global Compact Leaders Summit ocorreu durante a 73ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York.
Em seu discurso de abertura, o secretário-geral das Nações Unidas, Antônio Guterres, enfatizou o papel crítico que as empresas devem desempenhar na construção e manutenção da paz em contextos desafiadores, inclusive advogando pelos Dez Princípios do Pacto Global da ONU. “O que importa no Pacto Global é o compromisso com valores, e esses valores fazem com que suas empresas sejam lucrativas e eficazes para a economia, mas também agentes importantes na prevenção de conflitos e manutenção da paz, principais preocupações nas Nações Unidas”, disse Guterres.
O secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, mostrou a importância do papel do empresariado no alcance dos Objetivos Globais. Foto: UN Global Compact.
Cerca de 400 líderes empresariais, incluindo mais de 120 executivos-chefes, participaram da UN Global Compact Leaders Summit e reforçaram o papel dos negócios como um catalisador de mudanças necessárias para cumprir a Agenda 2030. Dos CEOs que estiveram presentes, 60 apoiaram oito iniciativas ligadas à promoção da paz em conjunto com outros atores.
Mesa Redonda – Os direitos humanos em prática
A Cúpula também contou com uma discussão franca sobre o progresso dos negócios em matéria de igualdade e direitos humanos. Durante mesa redonda, 31 CEOs – representando empresas de todos os portes, setores e localidades – discutiram ações concretas para diminuir a desigualdade e promover os direitos humanos como impulsionadores de negócios bem-sucedidos. O momento teve como base os resultados das rodadas de CEOs locais organizadas pelas redes locais ao longo de 2018.
Bachelet desafiou CEOs da Mesa Redonda a pensar na construção da paz. Foto: UN Global Compact
A mais nova alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos e ex-presidente do Chile, Michelle Bachelet, desafiou os participantes da mesa redonda. “Temos de contar com a comunidade empresarial para oferecer uma visão inovadora da Agenda 2030. O apelo à ação compartilhada entre os Estados, a comunidade internacional, organizações não governamentais, indivíduos, comunidades e empresas é tão radical quanto as próprias metas”.
Em referência ao 70º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, comemorado neste ano, Bachelet continuou. “Precisamos de campeões. Precisamos de empresas com visão e coragem para colocar, em prática, etapas baseadas em direitos humanos. Do menor empreendimento rural à maior corporação global, toda empresa tem a responsabilidade de respeitar os direitos humanos”.
SDG Pionners – Excelência nos negócios
Lise Kingo apresenta a classe 2018 de SDG Pionners. Fila de trás (da esquerda para a direita): Jean-Louis Chaussade, Alice Laugher, Emmanuel Lulin, Lise Kingo, Greg Welsh, Khalil Daoud. Fila da frente (da esquerda para a direita): Teressa Szelest, Danielle Pieroni, Martha Tilaar, Esther An, Hanaa Helmy.
Em um café da manhã de boas-vindas, a diretora executiva do Pacto Global, Lise Kingo, apresentou os SDG Pionners da ONU – líderes empresariais de todo o mundo que tiveram projetos excepcionais para patrocinar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Cada SDG Pioneer falou sobre seu trabalho no avançar dos Objetivos Globais, seja por meio de sua própria empresa ou pela mobilização de outros. Uma delas foi a brasileira Danielle Pieroni, da Foxtime, que trouxe a importância de empoderar refugiadas dentro dos valores pregados no ODS5 (Igualdade de Gênero).
“O fio condutor de tudo isso é, naturalmente, a liderança pessoal”, disse Lise Kingo, dirigindo-se à sala de líderes empresariais globais. “E é por isso que anunciamos a nova turma de Pioneiros do SDG. Eles incorporam o tipo de liderança que é necessária para os Objetivos Globais”.