Em celebração aos 10 anos de atividades no País, o Comitê Brasileiro do Pacto Global (CBPG) promoveu um encontro na tarde de 27 de novembro de 2013, na sede das Organizações das Nações Unidas (ONU), em Brasília.
Em celebração aos 10 anos de atividades no País, o Comitê Brasileiro do Pacto Global (CBPG) promoveu um encontro na tarde de 27 de novembro de 2013, na sede das Organizações das Nações Unidas (ONU), em Brasília.
A abertura do evento foi realizada pela Secretária Executiva da Rede Brasileira do Pacto Global, Renata Seabra, que apresentou uma retrospectiva de atuação da RBPG em 2013, assinalando a participação do Pacto em inúmeros fóruns, workshops, encontros e conferências ao longo do ano, “sempre buscando firmar parcerias, incentivar pesquisas e compartilhar conhecimentos”. De acordo com Seabra, uma ação de destaque nesses 10 anos de atuação do Pacto Global no Brasil aconteceu em 2012, durante a Conferência Rio+20. Nessa conferência foi lançada uma carta de compromisso que contou com a participação de 230 corporações e foi apresentada uma pesquisa que deu origem à criação de seis grupos de interesses que envolvem temas prioritários para tratar da sustentabilidade dentro da perspectiva brasileira. Renata Seabra ainda ressaltou as realizações das Forças-Tarefa e deu detalhes da dinâmica de funcionamento da Plataforma Arquitetos de um Mundo Melhor, produzido pela equipe de Nova Iorque e com planos de engajamento empresarial na agenda pós-2015. “Trata-se de parcerias dos setores privado, público e organizações da sociedade civil, unidas por meio de investimentos e ações para aumentar a escala dos resultados, ou seja, as organizações sozinhas conseguem fazer bastante, mas unidas podem fazer muito mais. E o que seria este co-investimento? Significa que não basta apenas fazer o investimento financeiro, é preciso tempo e dedicação. Então, são valores que extrapolam a mera contribuição financeira”, explicou.
Em seguida, o presidente do Comitê Brasileiro do Pacto Global (CBPG), Jorge Soto, fez uma avaliação da trajetória de 10 anos de atividades no Brasil. “Iniciamos em 2003 com 31 signatários. Hoje já são 584. Somos a maior rede corporativa de sustentabilidade do mundo e a 4ª rede em tamanho global. O Brasil está hoje entre os quatro países envolvidos em projetos-piloto que trabalharão parcerias, com reconhecimento da sede em Nova Iorque”, afirmou. Segundo Soto, há 10 anos a sustentabilidade era focada exclusivamente na questão ambiental e uma das grandes contribuições da Rede Brasileira foi olhar a temática sob o ângulo social, incluindo os direitos humanos e o direito ao trabalho. “É necessário encontrar formas de promover qualidade de vida, de modo que o impacto do consumo não exaura o planeta. E estamos trabalhando para isso”, garantiu. O presidente do CBPG ainda teceu homenagens – ao Instituto Ethos, representado no evento por Aline Figueiredo; ao ex-presidente do Pacto Global no Brasil, Vitor Seravalli; e a Armando Tripodi, representante da Petrobrás – com a entrega de placas de condecoração pelo comprometimento e contribuição à difusão da sustentabilidade durante os 10 anos da Rede Brasileira.
Oportunidades de engajamento e modos de ampliar a contribuição foram os temas tratados pelo Embaixador Residente das Nações Unidas no Brasil, Jorge Chediek. Segundo o embaixador, faz-se necessário fortalecer o processo de desenvolvimento equitativo e inclusivo, especialmente para os grupos mais excluídos e vulneráveis da sociedade. “O grande desafio é fazer com que as políticas públicas apoiem esse tipo de desenvolvimento”. Na opinião do representante da ONU, o setor privado também deve ser um grande aliado no processo. “Cerca de 90% dos empregos nos países em desenvolvimento, tanto formal quanto informal, são criados pelo setor privado”, afirmou. Fugindo do protocolo, de forma muito gentil, Chediek respondeu a várias perguntas do público presente.
Para anunciar o lançamento do novo site e detalhar as estratégias de comunicação da Rede Brasileira para o próximo ano, foram convidados Casemiro Moraes e Daniel de Castro, representantes da CPFL Energia e PNUD, respectivamente. “A ideia não é somente reportar sobre números e estatísticas no site, mas também incorporar um direcionamento estratégico de ferramentas para proporcionar maior interatividade e uma comunicação mais eficiente”, afirmou Casemiro.
Ao final, lideranças dos seis Grupos de Interesse foram convidadas a falar sobre os resultados e desdobramentos da Carta de Compromisso lançada durante a Conferência Rio+20. Na opinião de Marcos Rossa, representante do grupo de interesse anti-corrupção, o momento é favorável para as ações dos grupos. “A agenda dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) traz uma perspectiva mais ampla que as anteriores, exatamente porque ouve as bases sobre o que é realmente importante para se alcançar a sustentabilidade”, concluiu.
Sandro Neiva, para o CBPG