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Pacto Global 15 anos: Na ONU, empresas brasileiras compartilham avanços para o desenvolvimento sustentável

O Pacto Global – Rede Brasil comemorou os 15 anos de sua fundação com uma sessão especial na Assembleia Geral, em Nova York, em encontro histórico do secretário-geral Ban Ki-moon com cerca de mil líderes mundiais de empresas, governos e organizações da sociedade civil.

O Pacto Global – Rede Brasil comemorou os 15 anos de sua fundação com uma sessão especial na Assembleia Geral, em Nova York, em encontro histórico do secretário-geral Ban Ki-moon com cerca de mil líderes mundiais de empresas, governos e organizações da sociedade civil. “Por respeitar e apoiar princípios universais, pelo pioneirismo em novos modelos de negócios e por formar parcerias inovadoras, líderes empresariais esclarecidos estão prestes a fazer contribuições duradouras para a causa da sustentabilidade global”, destacou Ban Ki-moon. Ele cobrou que mais companhias sigam o mesmo caminho e se comprometam com um futuro melhor para todos e para o planeta. A sessão, realizada dia 25 de junho, marcou o encerramento de três dias de atividades do Global Compact +15: Business as a Force for Good.

Ban Ki-moon, em plenária histórica na Assembleia Geral da ONU. Crédito foto: UN Global Compact/ Marc McAndrews
A Rede Brasileira do Pacto Global, que participou do evento com uma delegação de 22 organizações e 34 profissionais, compartilhou tendências e boas práticas de negócios em temas-chave para o futuro da iniciativa liderada pela ONU. Ricardo Leite, sócio fundador da Cerqueira Leite Advogados, debateu compreensão inter-religiosa e intercultural no encontro Business for Peace. Jorge Soto, diretor de Desenvolvimento Sustentável na Braskem, esteve na sessão do Caring for Climate on Carbon Pricing, sobre precificação de carbono.
A experiência dos Grupos Temáticos da Rede Brasileira no engajamento empresarial também foi destaque em duas atividades da programação em Nova York. Marcos Rossa, superintendente de Sustentabilidade do Grupo Libra e vice-presidente da Rede Brasileira do Pacto Global, falou sobre o trabalho de capacitação em medidas de integridade na reunião do Grupo de Trabalho internacional sobre o 10º Princípio Anticorrupção. Já Vanessa Tarantini, da Secretaria Executiva da Rede Brasileira do Pacto Global, compartilhou ações em prol da promoção dos direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT) no mundo do trabalho e relatou o atual envolvimento da Rede nos debates sobre o Plano Nacional de Direitos Humanos e Empresas, em fase de elaboração.
“A Rede Brasileira, que completou 12 anos e conta com uma sólida parceria com o Programa das Nações Unidas no Brasil, mostrou que tem muito a contribuir para a agenda de desenvolvimento sustentável. Essa contribuição se dá por um trabalho consolidado de engajamento empresarial com os 10 Princípios e agora também com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável“, avalia André Oliveira, novo presidente da Rede Brasileira do Pacto Global e diretor Jurídico, Impostos e Seguros do Grupo BASF na América do Sul.
Agenda Pós-2015
Com o encerramento do prazo para o cumprimento dos Objetivos do Desenvolvimento do Milênio (ODM), as empresas também foram cobradas a se engajar com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), que serão aprovados pela ONU em setembro deste ano. Essa nova agenda – que deve contemplar 17 objetivos e mais de 160 metas – irá guiar a ação dos estados-membro da organização até 2030.
Esse desafio foi destaque na sessão comemorativa da Assembleia Geral com participação de Georg Kell, que atuou como diretor executivo do Pacto Global – Rede Brasil desde o lançamento da iniciativa.  “Há ainda um longo caminho a percorrer. Precisamos que empresas, em todas as partes, comecem a enfrentar as reais necessidades de nosso tempo, compreendendo que sociedades saudáveis e mercados prósperos andam lado-a-lado”, afirmou.

Da esquerda para a direita: André Oliveira (BASF), Renata Seabra (Rede Brasileira), Georg Kell (Pacto Global) e Jorge Soto (Braskem). Crédito foto: Pacto Global/Barbara Dunin
Após 25 de anos de dedicação à ONU e ao engajamento do setor privado na organização, Georg Kell anunciou sua despedida da liderança do Pacto Global. A nova diretora executiva será a dinamarquesa Lise Kingo, que nos últimos anos atuou na multinacional Novo Nordisk como vice-presidente. A delegação brasileira participou das homenagens a Kell e entregou a ele a versão em inglês do Relatório de Atividades 2014 da Rede Brasileira do Pacto Global
O Global Compact +15: Business as a Force for Good destacou ainda que os governos podem e devem incentivar e impulsionar a sustentabilidade corporativa, com medidas como precificação de carbono, planos nacionais de direitos humanos, compras sustentáveis e leis de transparência e anti-corrupção.
Do global para o local

Pacto Global conta com mais de 100 redes locais em 60 países. Representantes se reuniram na sede da ONU. Crédito foto: UN Global Compact/Arlene Thompson
A agenda em Nova York incluiu o XIII Fórum Anual das Redes Locais do Pacto Global. Realizado dia 24 de junho, reuniu representantes de diversas redes da iniciativa e discutiu ações para impulsionar o avanço dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.
Na programação do encontro, a diretora executiva da Rede Brasileira, Renata Seabra, falou sobre os resultados do projeto piloto de Parcerias, que ao longo de 2014 promoveu capacitação e apoio para impulsionar a colaboração entre empresas e organizações de diversos portes na temática de água e saneamento.
O projeto, apoiado pelo Pacto Global – Rede Brasil com a ferramenta Collaboration Lab do Brasil, rendeu diversos frutos. O principal deles é o Movimento pela Redução de Perdas de Água, que busca conscientizar o setor privado e a sociedade para uma melhor eficiência na gestão e distribuição da água no País. “O Movimento é um bom exemplo de como uma rede do Pacto Global pode agir na busca da implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, engajando os negócios nas grandes causas das Nações Unidas”, aponta Renata Seabra, lembrando que o ODS 6 fala especificamente da Água (“Garantir disponibilidade e manejo sustentável da água e saneamento para todos”). Segundo o Instituto Trata Brasil, o Brasil desperdiçou 6,5 bilhões de metros cúbicos de água tratada em 2013, o que equivale a uma perda financeira de R$ 8,015 bilhões ao ano.
Impacto da sustentabilidade corporativa
O aniversário de 15 anos do Pacto Global também promoveu uma reflexão sobre os efeitos práticos da iniciativa, com o lançamento do relatório Impacto: Transformando Negócios, Mudando o Mundo (Impact: Transforming Business, Changing the World). Produzido pela DNV GL, organismo de classificação e certificação técnica, o documento conclui que hoje é quase impossível que uma empresa global consiga evitar problemas ambientais, sociais e de governança em sua agenda, ao contrário do cenário dos negócios em 2000.
Entre as principais conclusões do relatório, destacam-se a grande mudança nas percepções globais sobre o papel das empresas na sociedade, bem como uma crescente crítica sobre o papel das companhias de investimento. Segundo o relatório, o Pacto Global – Rede Brasil teve um profundo impacto na condução da sustentabilidade corporativa no mundo, tendo estimulado um ambiente propício para os negócios responsáveis em 170 países.
Acesse aqui o relatório Impact: Transforming Business, Changing the World (em inglês)
Confira galeria de fotos do evento
Vídeo | Global Compact+15: Business as a Force for Good
Assista também ao vídeo comemorativo dos 15 anos do Pacto Global – Rede Brasil (em inglês):

Por Júlia Tavares, especial para a Rede Brasileira do Pacto Global