Do PNUD A cada ano, 6,5 bilhões de metros cúbicos de água são desperdiçados nos sistemas de distribuição urbanos em todo o país.
Do PNUD
A cada ano, 6,5 bilhões de metros cúbicos de água são desperdiçados nos sistemas de distribuição urbanos em todo o país. Isso representa, aproximadamente, 39% de toda a água produzida para o consumo no Brasil. Para reverter esse quadro, governo, sociedade civil organizada e o setor privado lançaram a campanha “Menos perda, mais água”, na quarta-feira, 25 de novembro, em Brasília. A iniciativa é da Rede Brasileira do Pacto Global.
Aumentar a eficiência na distribuição até 2030 é a meta do movimento. Por meio do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) número 6 – “Garantir a disponibilidade e manejo sustentável da água e saneamento para todos” –, o foco é reduzir o número de pessoas que sofrem com a escassez de água no Brasil. Por ano, o prejuízo com as perdas no sistema chega a R$ 8 bilhões, de acordo com levantamento das empresas distribuidoras.
“Enfrentar essa realidade é uma necessidade urgente, especialmente por busca de soluções para dificuldades hídricas que o país atualmente enfrente, e exige um esforço conjunto de toda a sociedade. O ODS 6 é um ótimo exemplo de um objetivo que requer a participação de vários setores. Um bom manejo dos recursos hídricos promove a redução da pobreza, o crescimento econômico e sustentabilidade ambiental”, afirmou o coordenador do Sistema ONU no Brasil e representante residente do PNUD no país, Niky Fabiancic.
Por meio da Rede Brasileira do Pacto Global, que articulou a criação do movimento “Menos perda, mais água” junto ao setor privado, sociedade civil e empresas públicas, a promoção do debate sobre o tema, o cálculo dos objetivos, a produção de um diagnóstico dos municípios e a capacitação para reverter esse quadro serão as linhas de atuação até 2030. “Temos que aumentar a eficiência do uso da água até 2030. Reduzir o número de pessoas que sofrem com a escassez é nossa meta. Nós adiantamos uma das fases dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: as parcerias. Assim conseguiremos atingir a eficiência na gestão hídrica”, afirmou o presidente, André Oliveira.
O governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, disse, na abertura do evento, que a água deve ser o principal tema de discussão nos próximos anos. “Temos convicção de que a qualidade de vida e a paz mundial passam pela discussão do tema da água. Precisamos incentivar o debate para empoderar os comitês de bacias hidrográficas no país e aprimorarmos a gestão”, disse.
Impactos na saúde
Com a eficiência na distribuição de água, a área da saúde também é contemplada diretamente, de acordo com o embaixador do movimento e presidente da Sociedade de Abastecimento de Campinas (Sanasa), Arly Romêo. “Para cada um real que investimos no abastecimento de água, outros 4 são poupados na saúde pública. Sem saneamento adequado, não haverá melhorias para a população. O meio ambiente é nossa responsabilidade. A crise hídrica já deixou lições importantes, e uma delas é que Campinas reduziu o consumo em 20%”, afirmou.
Atualmente, 35 organizações já apoiam o movimento, inclusive a Braskem, empresa que, juntamente com a SANASA, lidera a iniciativa. Até 2030, os membros do movimento divulgarão a evolução do setor no país de acordo com as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. “Nós contribuímos para um melhor posicionamento do Brasil nos ODS. Queremos que as empresas invistam nessa direção. O tema água deve ganhar mais espaço. Assim, podemos contribuir para um mundo melhor para todos”, disse o diretor-presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), Vicento Andreu Guillo.
Assita ao vídeo institucional do Movimento e entrevista com o presidente da Rede Brasileira do Pacto Global, André Oliveira.