O enviado especial da ONU para a Cúpula do Clima de 2019, Luiz Alfonso de Alba, lançou hoje, no Brasil, uma ação mundial do Pacto Global que clama pelo estabelecimento de metas baseadas na ciência, por parte das empresas signatárias, que permitam que a elevação da temperatura da terra não ultrapasse 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais.
O enviado especial da ONU para a Cúpula do Clima de 2019, Luiz Alfonso de Alba, lançou hoje, no Brasil, uma ação mundial do Pacto Global que clama pelo estabelecimento de metas baseadas na ciência, por parte das empresas signatárias, que permitam que a elevação da temperatura da terra não ultrapasse 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais. De Alba fez um pedido especial ao setor privado brasileiro durante evento organizado pela Rede Brasil nesta tarde, no Rio de Janeiro
No período que antecede a Cúpula do Clima do secretário-geral da ONU, que ocorrerá em 23 de setembro, em Nova York, os CEOs estão sendo desafiados a estabelecer metas ainda mais ambiciosas para suas empresas, alinhadas ao relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que advoga pela limitação da elevação da temperatura global em 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais.
O apelo à ação vem na forma de uma carta aberta dirigida a líderes empresariais e assinada por Lise Kingo, CEO e diretora-executiva do Pacto Global da ONU, uma das organizações que integram a Science Based Targets initiative, e por 20 líderes, incluindo a sra. María Fernanda Espinosa Garcés, presidente da Assembleia Geral da ONU, Patricia Espinosa, secretária-executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, Jayathma Wickramanayake, enviado do secretário-geral da ONU para a Juventude, e Paul Polman, defensor dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) ex-CEO da Unilever.
“Até 2020, precisamos de planos concretos e realistas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 45% durante a próxima década e zerar até 2050”, disse o embaixador Luis Alfonso de Alba, enviado especial da ONU para a Cúpula do Clima de 2019 e um dos signatários da carta. “As mudanças do clima requerem um esforço sem precedentes de todos os setores da sociedade e liderança empresarial demonstrada no estabelecimento de metas baseadas na ciência e relacionadas ao aumento de 1.5 °C. Esse tipo de atitude enviará fortes sinais de que estamos buscando identificar soluções escaláveis e replicáveis necessárias para garantir um mundo onde ninguém é deixado para trás”. Luis Alfonso de Alba foi destaque no evento Exclusive Dialogue on Climate Action, promovido pela Rede Brasil nesta quinta-feira, 13, para sensibilizar CEOs e diretores de empresas brasileiras sobre a ação climática.
“Temos menos de 11 anos para mudar fundamentalmente nossas economias ou iremos nos deparar com consequências catastróficas”, disse Lise Kingo. “Pela primeira vez estamos vendo líderes empresariais e climáticos unirem-se em torno de um call-to-action comum, enviando um poderoso sinal de que a definição de metas baseadas em ciência apresenta uma oportunidade significativa para as empresas avançarem no combate às mudanças do clima, limitando o aumento da temperatura da terra a 1,5 °C.”
Entre os signatários da carta, publicada no site do Pacto Global da ONU,estão John Denton, secretário-geral da Câmara Internacional de Comércio, Paul Simpson, CEO do CDP, Andrew Steer, CEO do Instituto de Recursos Mundiais, Manuel Pulgar Vidal, líder em Práticas de Clima e Energia na WWF, Nigel Topping, CEO da We Mean Business, Anand Mahindra, presidente do Grupo Mahindra, Halla Tómasdóttir, CEO da The B Team, entre outros.
A oportunidade econômica apresentada pela adoção de uma ação climática ousada é significativa, com evidências sugerindo que essas empresas alinhadas à meta de 1,5 °C estarão em melhor posição para prosperar à medida que a economia global passa por uma transição para um futuro com zero emissões em 2050.
O call-to-action pede às empresas que estabeleçam metas científicas verificáveis por meio da Science Based Targets Initiative (SBTi) – que avalia de forma independente as metas corporativas de redução de emissões a partir das melhores práticas científicas e, até o momento, verificou os objetivos de mais de 200 empresas. Em abril de 2019, o SBTi lançou novos recursos de validação para permitir que as empresas definam metas consistentes com a manutenção do aumento da temperatura da terra em 1,5 °C.
Os líderes empresariais que comprometerem suas organizações aos objetivos relacionados ao aumento de 1,5 °C serão reconhecidos no Fórum do Setor Privado do Pacto Global da ONU, em Nova York, em 23 de setembro, que integra a programação da Cúpula do Clima.
Para participar visite: unglobalcompact.org/OurOnlyFuture
No Brasil
No país, a Rede Brasil do Pacto Global criou o Action4Climate Brazil, um programa composto por projetos e ações nas frentes de mitigação, adaptação e meios de implementação – que se referem a finanças climáticas e engajamento em políticas públicas. Inclui atividades de identificação de cenários climáticos, avaliação de vulnerabilidades, sensibilização da cadeia de valor de seus membros e capacitações e eventos para subsidiar a rede, direcionando esforços para que as participantes estabeleçam compromissos públicos e metas baseadas na ciência.