Empresas comprometidas com a redução dos problemas mundias precisam adotar uma estratégia sustentável de negócios – e não apenas uma estratégia de sustentabilidade.
Empresas comprometidas com a redução dos problemas mundias precisam adotar uma estratégia sustentável de negócios – e não apenas uma estratégia de sustentabilidade. No longo prazo, o desempenho financeiro das empresas também depende dessa visão inovadora.
As conclusões são de Robert G. Eccles, professor da Harvard Business School, que participou de debate promovido pela Rede Brasileira do Pacto Global, em São Paulo, no dia 9 de abril, para cerca de 80 executivos.
Robert Eccles apresentou um estudo do qual é coautor, desenvolvido em parceria com a London Business School, com a análise comparativa entre 80 empresas de alta performance em sustentabilidade e outras 80 de baixa performance. Ao longo de 18 anos, o primeiro grupo superou significativamente o segundo no mercado de ações e no desempenho de contabilidade. “Essa diferença não aparece rápido, só depois de 7 a 8 anos”, destacou.
Os resultados também foram melhores no grupo que envolveu diretamente o Conselho de Administração em questões de sustentabilidade, remunerando melhor seus executivos a partir de uma boa performance nessa área. “Esperamos que essas conclusões ajudem a impulsionar uma mudança de postura e governança dentro das organizações”, observou Renata Seabra, secretária-executiva da Rede Brasileira do Pacto Global.
Em painel de discussão moderado por Robert Eccles, a presidente do IBGC Sandra Guerra disse que os conselhos de administração devem se capacitar melhor para esses temas. “É preciso coragem para trazer alguns assuntos à mesa, sob o risco de perder o valor do modelo de negócios no longo prazo”, disse. Engajar as lideranças também foi o desafio apontado por Vivian Mac Knight de Lucena, gerente de Nova Economia e Mudanças Climáticas da Vale.
Para Marco Fujihara, diretor da KeyAssociados, as organizações precisam situar melhor a relação com investidores e aprender a compartilhar o valor gerado pelas ações sustentáveis. Manter esse valor no longo prazo foi outro desafio apontado por Mário Pino, gerente de Desenvolvimento Sustentável da Braskem.
Iniciativas Pacto Global
Ainda na programação do evento, representantes do Pacto Global da ONU em Nova York apresentaram duas importantes iniciativas com foco em liderança e parceria. O programa LEAD Board, com lançamento global previsto para novembro, terá foco no aprendizado e suporte aos Conselhos de Administração de empresas LEAD, que se destacam por uma postura proativa e estratégica em sustentabilidade. No Brasil, Braskem e Vale integram o grupo.
Segundo Ingvild Sørensen, gerente do programa, a capacitação aos executivos das companhias dura de 2 a 3 meses. Seis corporações com sede na Itália, Noruega, África do Sul, Coreia do Sul e China já participaram da fase piloto do LEAD Board.
Já o Partnership Hub (businesspartnershiphub.org) funciona como uma plataforna online para reunir parceiros em torno de projetos e soluções de temas como água e mudanças climáticas em nivel local. “A ferramenta permite que as empresas criem parcerias segundo seus interesses e contribuam com os as metas e agenda de desenvolvimento pós 2015”, destacou Christine Conforti, gerente de projetos do Pacto Global.
Empresas interessadas em participar das duas iniciativas apresentadas podem entrar em contato com o escritório do Pacto Global em São Paulo no telefone (11) 2500-5291. Para mais informações sobre o programa LEAD Board, acesse video com depoimentos do secretário-geral da ONU Ban Ki Moon e líderes do setor privado.
Por Júlia Tavares, da Rede Brasileira do Pacto Global