Em meio ao aumento do fluxo migratório que preocupa dirigentes dos principais centros urbanos mundiais, o governo de São Paulo busca fomentar alternativas para garantir a inclusão, por meio do emprego, de imigrantes e refugiados que chegam ao estado.
Em meio ao aumento do fluxo migratório que preocupa dirigentes dos principais centros urbanos mundiais, o governo de São Paulo busca fomentar alternativas para garantir a inclusão, por meio do emprego, de imigrantes e refugiados que chegam ao estado. A Assessoria Especial para Assuntos Internacionais (AEAI), em parceria com o Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e a Rede Brasileira do Pacto Global – Rede Brasil, promove encontro com empresários interessados na contratação dos estrangeiros. O evento acontece em 2 de dezembro, das 9h às 12h, no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista.
O objetivo é reunir o maior número possível de interessados e que novas vagas de emprego surjam a partir desse encontro. “Queremos fazer um pacto pelo trabalho com esses empregadores, que eles disponibilizem parte dos quadros para essa população que chega ao estado e muitas vezes são explorados não só pelo desconhecimento das leis trabalhistas do país, mas também pela situação precária que se encontram”, afirma Ana Carolina Conde, chefe da AEAI.
A abertura conta com a participação de Fernando Bissacot do ACNUR, Meire Fidelis, do Pacto Global, Nadine Gasman, da ONU Mulheres e a consulesa francesa, Alexandra Loras. Após a abertura, serão apresentadas três palestras – “O Business Care da diversidade: migrantes e refugiados”; “Imigrantes e refugiados e o papel das empresas”; “Experiências de empresas e de refugiados e imigrantes”. Neste último painel, casos de contratações realizadas por grandes corporações como o Carrefour serão relatados. Depoimentos de imigrantes e refugiados e um vídeo da Rede Brasileira do Pacto Global encerram o encontro.
Os presentes no evento serão recebidos por um welcome coffee oferecido por uma refugiada síria e poderão conhecer a exposição “Somos Todos Imigrantes”, do fotógrafo Chico Max. A mostra é composta por 19 imagens de homens, mulheres e crianças imigrantes ou refugiados.
Participam do encontro ainda representantes dos articuladores do encontro – Governo do Estado de São Paulo, ACNUR, Rede Brasileira do Pacto Global), Missão Paz, Caritas e Programa de Apoio para a Recolocação dos Refugiados (PARR). A participação é livre, e representantes de empresas interessadas devem se cadastrar em https://goo.gl/w0jO3c.
Ações estaduais para imigrantes
O governo paulista possui várias ações que atendem refugiados. Recentemente, a Casa de Passagem Terra Nova, gerenciada pela Secretaria de Desenvolvimento Social, por exemplo, completou um ano. No período, atendeu 144 imigrantes, vítimas de tráfico de pessoas ou solicitantes de refúgio.
No Centro de Integração da Cidadania (CIC) do Imigrante, da Secretaria da Justiça, inaugurado em dezembro de 2014, estão concentrados serviços para o acolhimento e regularização dos imigrantes que chegam ao Estado em situação vulnerável. O departamento de geografia da Universidade de São Paulo (USP) também desenvolve palestras para adaptação dos estrangeiros à nova realidade.
O Museu da Imagem e do Som (MIS) apresentou, nos últimos dias 7 e 8 de novembro, a mostra “Somos Todos Imigrantes”, do fotógrafo Chico Max. A exposição, composta de 19 fotos de imigrantes e refugiados da Missão Paz, será estendida para estações do Metrô, parques e outros museus paulistas. O objetivo é manter o assunto em pauta, fomentar a discussão, buscar o entendimento e incentivar iniciativas que auxiliem essa população.
Em 4 de novembro, em São Paulo, cerca de 20 refugiadas participaram da atividade “Empoderando Mulheres”, articulada entre a Rede Brasileira do Pacto Global, ACNUR, ONU Mulheres, Caritas, PARR e a consultoria em recursos humanos Fox Time. O objetivo do encontro foi discutir questões ligadas à igualdade de gênero e inserção de mulheres no mercado de trabalho. Além disso, foram discutidas formas de abordar os casos de violência contra a mulher.
Refugiados em São Paulo
São Paulo recebe 40% das solicitações de refúgio no Brasil. Em seguida, vem os estados do Acre (16%), Rio Grande do Sul (11%) e Paraná (7,5%). Os dados são do ACNUR, consolidados em setembro deste ano. O crescimento do número de solicitantes apresenta uma taxa elevada nos últimos cinco anos. Em 2010, foram registradas 310 solicitações; em 2011, 661; em 2012, 1.022; em 2013, 1.320 e, em 2014, 5.136 pessoas pediram refúgio no estado paulista. Os nigerianos correspondem à maioria dos solicitantes, seguidos de sírios, congoleses (República Democrática do Congo), libaneses e ganeses.