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Empresas discutem adoção de boas práticas contra o trabalho forçado e infantil

Por Maria Garcia Quais elementos compõem boas práticas no combate ao trabalho forçado e infantil? Quais são os principais desafios para o setor privado? Perguntas lançadas a 38 representantes de setores da indústria, comércio e organizações a postos para respondê-las resumiram as atividades da Mesa Redonda: Estratégias para Enfrentar o Trabalho Forçado e Infantil em Cadeias Produtivas, que ocorreu no dia 28 de março, no Consulado Geral Britânico, em São Paulo.

Por Maria Garcia
Quais elementos compõem boas práticas no combate ao trabalho forçado e infantil? Quais são os principais desafios para o setor privado? Perguntas lançadas a 38 representantes de setores da indústria, comércio e organizações a postos para respondê-las resumiram as atividades da Mesa Redonda: Estratégias para Enfrentar o Trabalho Forçado e Infantil em Cadeias Produtivas, que ocorreu no dia 28 de março, no Consulado Geral Britânico, em São Paulo. O evento foi realizado pela Rede Brasil do Pacto Global, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Consulado Britânico.
O fluxo de ideias foi parar em pequenos papéis, escritos pelos participantes. Fotos: Consulado Britânico.
Representantes dos setores de varejo, fumo, café, carne, têxtil e carvão vegetal se organizaram com base na metodologia do world café – um processo participativo que foca no diálogo em diversas sessões de vinte minutos e, ao final, na construção coletiva de ideias. O grupo se atentou à necessidade de identificar, entre toda a cadeia de produção e de fornecedores, quem são os principais atores e autoridades que podem gerar mudanças quando sensibilizados ao tema. Para eles, as medidas devem ir além das punições e focar na orientação e conscientização.
As políticas de reparação das empresas, segundo os participantes, devem impedir que as vítimas de trabalho infantil e forçado retornem à situação de vulnerabilidade, fechando assim um ciclo vicioso que se mantém em muitas famílias brasileiras. Foram destacados também aspectos estruturais que envolvem o trabalho infantil e forçado no Brasil. São eles: modelos de negócios pouco sustentáveis, desconhecimento do contexto socioeconômico da comunidade impactada pelas cadeias produtivas, falta de conhecimento do marco regulatório, modelo tributário do país que incentiva a informalidade e pouco controle de atuação dos stakeholders.
A responsável pela Cooperação Técnica no Contexto Nacional da OIT, Maria Claudia Falcão, acredita na importância de atores como o Pacto Global na busca por uma conexão entre os setores de produção, a fim de contribuir para a divulgação de boas práticas. “O grande diferencial no avanço do tema é o envolvimento do setor privado”, destacou.
Recém-integrada à Rede Brasil do Pacto Global, a empresa MRV foi uma das signatárias da iniciativa a participar do debate. “Acreditamos ser de grande importância a discussão. Estamos em um forte engajamento interno para a adequação aos ODS”, afirmou o diretor do Instituto MRV, Raphael Lafeta. Também estiveram presentes a Confederação Nacional de Indústria (CNI), BRF, Carrefour, Lojas Renner. Responsável pela área de sustentabilidade das Lojas Renner, Vinícius Malfatti comentou que o evento foi uma oportunidade de unir as diversas frentes do setor privado. “Assim, podemos ter mais qualidade nas relações e possibilidades de grandes programas com bons resultados”, disse Malfatti.
Ao se comprometerem com a Rede Brasil do Pacto Global, as empresas signatárias devem se atentar aos 10 princípios da iniciativa. O princípio número 4 está justamente relacionado à eliminação de todas as formas de trabalho forçado e compulsório.