Novas companhias anunciam planos para se alinhar a um futuro 1,5º C e aplicar as metas baseadas em ciência em suas operações. Movimento duplicou desde setembro desse ano.
Madrid, dezembro de 2019 — 177 empresas já estão trabalhando para atingir um patamar alto de ambição e reduzir as metas de emissão de Gás de Efeito Estufa (GEE), limitando os piores efeitos da Mudança do Clima. O movimento Business Ambition for 1,5ºC – Our Only Future, do Pacto Global, mais que dobrou desde que o grupo de empresas pioneiras anunciaram o compromisso na Cúpula das Nações Unidas de Ação Climática, em setembro.
Entre as empresas comprometidas pelo clima, 18 atuam no Brasil. Destas, oito são companhias nacionais que passaram a integrar a lista mundial a partir do engajamento com o movimento #AceitaEstaCaneta (Ambev, Baluarte Cultura, Eco Panplas, Klabin, Malwee, Nelm Advogados, Renner, Uxua Casa Hotel Spa – além de Natura, que assinou o compromisso em setembro). A iniciativa da Rede Brasil amplifica os objetivos da campanha global e visa limitar a temperatura da terra em 1,5ºC em relação aos níveis pré-industriais. O objetivo final é que as empresas cheguem a uma emissão zero até 2050.
As 177 empresas que assinaram o compromisso pelo clima representam coletivamente mais de 5,8 milhões de funcionários, distribuídos em 36 setores e 36 países. As companhias tem um valor de mercado de mais de US$ 2,8 trilhões e representam uma emissão direta equivalente ao que a França emite anualmente, no mesmo período. Elas se comprometem em estabelecer metas baseadas em ciência por meio do Science Based Targets Iniciative (SBTi), que endereçam as reduções de emissões no meio privado de forma independente em alinhamento ao que cientistas especializados em clima apontam como necessário para atingir os objetivos do Acordo de Paris.
Círculo de Ambição e engajamento do setor privado
O anúncio foi realizado na 25ª edição da Conferência entre as Partes (COP 25) e representa a maior contribuição do setor privado para o Climate Ambition Alliance: um grupo multissetorial em crescimento, reunido na COP 25, com um trabalho coletivo de alcance de uma realidade sem emissões até 2050.
Com isso, essas empresas estão criando um círculo de ambição no qual políticas governamentais e lideranças do setor privado se reforçam mutuamente – e, desse modo, enfrentam a crise climática em outro nível. A ação climática corporativa ajuda a enviar fortes sinais aos mercados, e deve dar confiança aos governos para atuar urgentemente e aprimorar seus planos sobre o Clima – incluindo as NDCs e estratégias de longo prazo. Estabelecendo políticas e metas alinhadas à trajetória 1,5ºC, governos dão aos negócios objetivos claros e confiança para investir decididamente nas economias de zero-carbono no futuro.
As notícias chegam na ocasião do anual High-level Meeting of Caring for Climate, promovido pelo Pacto Global das Nações Unidas, ONU Meio Ambiente e Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). Sob uma consultoria de alto-nível – com foco no engajamento do setor privado – o evento ajuda a identificar os níveis-chave necessários para ajudar a aumentar o apoio corporativo que realcem os NDCs e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
“Precisamos que negócios tomem uma decisão rápida e ambiciosa de ação que atravessa as operações e cadeias de valor”, disse o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres. “Ao se posicionarem e estabelecerem metas baseadas na ciência, essas empresas são desbravadoras de novos caminhos de fazer negócios e dirigem uma mudança sistemática para além da economia global”.
“Estamos rapidamente se aproximando da última oportunidade de estar do lado certo da história. A emergência climática já está prejudicando pessoas, operações de negócios, economias e ecossistemas em todo o mundo”, disse Lise Kingo, CEO e diretora executiva do Pacto Global das Nações Unidas, um dos parceiros do SBTi.
Empresas que apoiam a realidade 1,5ºC
As últimas empresas que se juntaram à campanha de ação climática são: Abreu Advogados, Aguas Andinas, Ambev, An Post, Auchan Retail Portugal, BanColombia, Beiersdorf, BIAL, Carlsberg Group, Cellnex Telecom, Chanel, CTT – Correios de Portugal, Decathlon, Dr. Reddy’s Laboratories, Dutch-Bangla Pack, Ecolab, EcoVadis, Efacec Power Solutions, EPAL – Empresa Portugesa das Aguas Livres, Europa Mundo Vacaciones, Europcar Mobility Group, Everis Portugal, Givaudan, Green Innovation Group, Grundfos, Henkel, Iberia, Ignitis Group, Infraestruturas de Portugal, International Airlines Group (IAG), Intrepid Travel, Landsec, Lojas Renner, Lundbeck, Multiplex Construction Europe, NOS, Novo Banco, NR Instant Produce, Olam International, Ono Pharmaceutical, Orbia Advance, Orkla, Qalaa Holdings, Red Electrica de España, REN – Redes Energeticas Nacionais, Siemens Gamesa Renewable Energy, Sopra Steria Group, South East Water, Storebrand, Tendam Retail, TenneT Holding, Tesco, The Lux Collective, TMG Automotive, Univar Solutions, Uxua Casa Hotel & Spa, and Yarra Valley Water, amongst others.
Essas empresas se integram a um grupo de investimentos perto de US$ 4 trilhões em ativos que se compromete a converter seus portfolios de investimentos a uma rede de emissão zero até 2050 por meio do Net Zero Asset Owner Alliance. Aliança inclui mais de 50 empresas da indústria da moda que prometem se alinhar ao futuro 1,5ºC por meio do Pacto Fashion.