A relação entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o setor privado e os Direitos Humanos foi tema de painel da Virada Sustentável, promovido pela Rede Brasil do Pacto Global, nesta sexta-feira (24), na Unibes Cultural, em São Paulo.
A relação entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o setor privado e os Direitos Humanos foi tema de painel da Virada Sustentável, promovido pela Rede Brasil do Pacto Global, nesta sexta-feira (24), na Unibes Cultural, em São Paulo.
À luz dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o encontro debateu os avanços da agenda ao longo da história, projetando os desafios até 2030, prazo estipulado para o alcance dos ODS. Entre os aspectos pouco difundidos sobre a declaração, foi destacada pelos palestrantes a importância do desenvolvimento econômico e da erradicação da pobreza como premissa para o cumprimento dos direitos humanos.
“O que nos leva a uma situação de não cumprimento da agenda, começa pelo próprio modelo econômico que só reitera e consolida o sistema de desigualdade. Governos têm o papel de regular, mas as empresas são o ponto-chave, porque são elas que estão dentro do modelo econômico”, afirmou Luciana Vila Nova, gerente de sustentabilidade da Natura, que ainda destacou como empresas brasileiras podem atuar para fortalecer suas comunidades e buscar o desenvolvimento social sustentável. Segundo ela, “é possível gerar Impacto Social Positivo por meio do modelo negócios, fomentando e implementando soluções inovadoras e colaborativas.”
A representante da Comissão Interamericana para os Direitos Humanos, Paula Danese, enfatizou mais uma vez que a questão da desigualdade social e econômica é essencial para os direitos humanos na América Latina e ainda destacou a importância da temática no trabalho com os ODS no continente. “A pobreza é uma linha que corta todas as relações de direitos humanos. Para melhorar o cenário, é preciso se preocupar com a pobreza, que está no eixo central dos ODS”, disse.
O painel destacou, diversas vezes, a atuação do Pacto Global do ONU em torno dos direitos humanos, com o engajamento do setor privado. “É uma forma de trazer outros atores, de não limitar o debate sobre direitos humanos aos estados. Outros atores também têm responsabilidade e precisam participar desta temática”, afirmou Jefferson Nascimento, representante da Conectas.
O painel contou com a mediação de Juliana Ramalho, representante da Mattos Filho e coordenadora do GT Direitos Humanos da Rede Brasil do Pacto Global.
Rede Brasil na Virada Sustentável
Além do painel Direitos Humanos e ODS, a Rede Brasil do Pacto Global esteve na abertura da Virada Sustentável, com a participação de Denise Hills, presidente da iniciativa, no debate que deu início ao evento. Também integrou o painel Visões sobre Água, no dia 23. Giuliana Moreira, assessora de assuntos hídricos da Rede Brasil do Pacto Global, contribuiu com a discussão sobre o manejo e acesso sustentável da água.
A Virada Sustentável é um movimento de mobilização colaborativa em prol da sustentabilidade. Ocorre entre os dias 23 e 26 de agosto, em São Paulo, e sua programação inclui eventos culturais, seminários e ações em diversos locais da cidade.