O ODS 18, proposto pelo governo brasileiro, surge como uma resposta concreta à urgência de colocar os Direitos Humanos — com ênfase na equidade étnico-racial — no centro da atuação empresarial. Em um país como o Brasil, onde a desigualdade racial estrutura profundamente as relações sociais e econômicas, não é possível falar em desenvolvimento sustentável sem enfrentar os racismos de forma direta, intencional e estratégica.

Alinhado à Agenda 2030 da ONU, o ODS 18 reforça que a promoção da igualdade étnico racial é condição indispensável para o alcance de todos os demais Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Para o setor empresarial, ele representa uma oportunidade concreta de integrar a agenda étnico-racial às práticas ESG, fortalecendo políticas de inclusão, integridade, transparência e justiça social.

Trata-se de ir além da diversidade numérica e promover transformações estruturais que garantam igualdade de oportunidades, reconhecimento e pertencimento para pessoas negras e indígenas em todos os níveis das organizações.

Assumir esse compromisso é afirmar que não há sustentabilidade possível sem equidade étnico-racial. É reconhecer que o setor privado tem papel central na construção de uma sociedade mais justa, inovadora e diversa — onde talentos não sejam desperdiçados por barreiras históricas e o sucesso não dependa da origem étnico racial de cada pessoa.

Ao adotar o ODS 18, as empresas passam a integrar uma rede de aprendizado, colaboração e articulação com diferentes setores da sociedade, contribuindo para mudanças estruturantes por meio de ações concretas, mensuráveis e com impacto coletivo. É hora de transformar intenção em prática — e prática em legado.