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A contribuição das indústrias extrativistas na Agenda 2030

A Rede Brasil do Pacto Global, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), promoveu, em 31 de março, evento para representantes de indústrias extrativistas e de outras organizações no Escritório Compartilhado da ONU, em São Paulo.

A Rede Brasil do Pacto Global, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), promoveu, em 31 de março, evento para representantes de indústrias extrativistas e de outras organizações no Escritório Compartilhado da ONU, em São Paulo. O convidado foi Casper Sonesson, conselheiro de política global para as Indústrias Extrativistas e de Desenvolvimento Sustentável do PNUD, em Nova York, e um dos autores do relatório “Mapping Mining to the SDGs: A Preliminary Atlas”.
O documento é fruto de um processo iniciado pelo PNUD em 2013, objetivando o engajamento de parceiros para analisar o papel das indústrias extrativistas – mineração, petróleo e gás – frente aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Elaborado pelo PNUD, em parceria com o Fórum Econômico Mundial, Universidade de Columbia e  UNSDSN, ainda em fase de draft, o relatório se encaminha para sua terceira rodada de comentários e será finalizado em abril.
Durante o encontro, fruto do trabalho da Comissão ODS da Rede Brasil, foram abordados a metodologia, os resultados do mapeamento e as contribuições do setor. “Queremos estabelecer mecanismos de como as indústrias extrativistas podem contribuir para a Agenda 2030. Elas impactam de diferentes maneiras e têm um grande papel na discussão dos ODS. Mais de 50 países já têm programas específicos sobre os impactos e suas dimensões econômicas nas cadeias de fornecimento, e muitas grandes empresas que ainda não criaram nenhuma iniciativa”, afirmou o especialista.
Recomendações
Segundo Casper, o documento terá a função de encorajar as indústrias extrativistas de diversos portes. “O texto terá recomendações sobre o alinhamento entre os atores envolvidos, seja o poder público – especialmente na transparência e regulação –, as empresas – fornecimento de informações – e seus stakeholders”, disse. O relatório ainda inclui um estudo de casos na área, que exemplifica a construção de aportes para o alcance dos ODS.
Ele destacou que os ODS 1 (erradicação da pobreza), 6 (água limpa e saneamento), 7 (energias renováveis), 8 (empregos dignos e crescimento econômico), 9 (inovação e infraestrutura), 13 (combate às mudanças climáticas), 15 (vida sobre a terra) e 16 (paz e justiça) são os mais impactados pelo setor.
Sobre o ODS 8 (“Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho decente para todos”, na íntegra), Casper disse que é comum, especialmente nos países em desenvolvimento, a importação de suprimentos tecnológicos. “É fundamental que as empresas busquem isso dentro de suas próprias comunidades, que se beneficiarão da indústria. Além disso, é importante a criação de incubadoras locais e apoio a pequenos negócios”.
Mestre em Ciência Política e Economia pela Universidade de Lund, na Suécia, Casper Sonesson tem uma longa experiência em questões de desenvolvimento internacional, com foco sobre o papel do setor privado no desenvolvimento sustentável. Antes de ocupar o cargo atual, trabalhou por mais de uma década em parcerias do PNUD com o setor privado em várias áreas de desenvolvimento, especialmente com organizações da indústria extrativista.