Evento realizado pela rede brasileira do Pacto Global na sede da ONU, em Nova York, reuniu mil participantes para dialogar e agir sobre Clima, Direitos Humanos e Governança
De John Elkington, ‘pai da sustentabilidade’, a Luiza Trajano: aprendizados preciosos
Setembro de 2023 - Cerca de mil convidados se reuniram no SDGs In Brazil, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos dias 14 e 15 de setembro, dentre eles, lideranças empresariais, a maior comitiva de personalidades e ativistas negros de todas as edições do encontro, delegação indígena, músicos e dezenas de painelistas. Às vésperas da Assembleia Geral das Nações Unidas, o evento realizado pelo Pacto Global da ONU no Brasil, com o objetivo de discutir o avanço dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e da Agenda 2030 no país e no mundo, provocou reflexões e convidou à ação.
“Enfrentamos as consequências de uma visão limitada. Precisávamos, e ainda precisamos, de uma visão sistêmica. É aqui que a necessidade de uma nova liderança se torna evidente. Uma liderança que não apenas reconheça os desafios, mas que ativamente busque convergências, encontrando pontos em comum e unindo forças para criar soluções duradouras“, disse Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU no Brasil, ao provocar os presentes na abertura do primeiro dia, falando da importância da liderança humanizada e que também se compromete com as causas.
O executivo dividiu o palco do início das discussões com Rachel Maia, presidenta do Conselho de Administração da rede brasileira do Pacto Global. “Sustentabilidade é algo que não temos como voltar atrás. Nós não temos a oportunidade de falar assim: ‘Ah, eu vou continuar o mesmo modus operandi’. O planeta não aguenta mais.”
As preocupações com o clima e com o futuro que precisa ser moldado agora culminou em um grande momento: o lançamento do Impacto Amazônia, o nono Movimento da estratégia Ambição 2030 do Pacto Global da ONU no Brasil. Com objetivo de garantir a preservação da Amazônia, proteger o clima global e promover o desenvolvimento sustentável para a região e suas comunidades, a iniciativa foi o tema mais comentado no primeiro dia de evento. Estiveram presentes representantes da Ambipar e Eletrobras, empresas embaixadoras do Movimento, Camila Valverde, COO e diretora de Impacto do Pacto Global da ONU no Brasil, e Célia Xakriabá, primeira mulher indígena eleita deputada federal pelo estado de Minas Gerais. A Ambipar, inclusive, tornou-se a primeira empresa a assinar todos os nove Movimentos propostos na estratégia, assumindo os compromissos. Além disso, mais 7 assinaturas de Movimentos foram realizadas: três no Conexão Circular, duas no Elas Lideram, uma no Mente em Foco e outra no Transparência 100%.
A Amazônia esteve em pauta durante todo o dia: o apresentador Luciano Huck e o ativista Roberto Brito fizeram um painel, mediado por Maria Prata, chamado ‘Floresta em Pé: como as comunidades podem colaborar para uma Amazônia sustentável’. A música e arte dos povos originários também foi lembrada: o DJ Alok participou do painel ‘O Futuro é ancestral. Música, tecnologia secreta dos Povos Indígenas’ com Célia Xacriabá, Eliot Minchenberg, diretor da Unesco Nova York, Fernando Garibay, produtor musical e teórico da criatividade, o cacique Tashka Yawanawá e Tina Marie Tyler, fundadora do movimento Hip Hop for Peace e jurada do Grammy.
Eles destacaram na conversa a metodologia única que aproveita a música como tecnologia primária e canal para a preservação e gestão do conhecimento ancestral e cultural dos povos originários. No encerramento deste primeiro dia, Alok e artistas indígenas fizeram uma apresentação.
Na sexta-feira, 15, a CEO do Pacto Global e assistente do Secretário-Geral da ONU, Sanda Ojiambo, fez a abertura, ressaltando a importância dos 20 anos da rede brasileira completados em 2023 e comentando sobre o Foward Faster, iniciativa inspirada nos Movimentos da estratégia Ambição 2030 do Brasil lançado recentemente para ajudar as empresas a embarcarem e acelerarem na Agenda 2030. A aniversariante do dia ainda recebeu um ‘Parabéns Pra Você’, cantado pela plateia e capitaneado pela mestre de cerimônias Rafa Brites.
A manhã seguiu com John Elkington, responsável por liderar a primeira onda de ativistas em salas de reuniões corporativas, introduzindo conceitos como o consumismo verde e o triple bottom line (tripé da sustentabilidade - conceito de gestão medidos em termos sociais, ambientais e econômicos), abriu as discussões do dia com a palestra: ‘Peixes limpos, águas sujas: por que os holofotes devem se expandir das empresas e suas cadeias de suprimentos para os mercados’.
Clima e sustentabilidade continuaram sob os holofotes: Gavin A. Schmidt, diretor do instituto NASA Goddard de estudos espaciais em Nova York e conselheiro sênior de Clima da administração da NASA em 2021, foi keynote speaker.
Outros convidados deixaram sua marca durante as Rodas de Conversa, lideradas por Gabriela Priolli, Maju Coutinho e Maria Prata. As três jornalistas conversaram com a empresária Luiza Trajano, Peter Senge, Alcione Albanesi (Amigos do Bem), Luisa Palacios, a ministra Cida Gonçalves e o médico Dráuzio Varella. Muitos dos presentes também bateram papo com Cris Bartis e Ju Wallauer, apresentadoras do podcast Mamilos, que fizeram a gravação de um videocast especial, em parceria com o UOL, a ser divulgado posteriormente.
As salas temáticas dos Movimentos – Direitos Humanos, Clima, Governança e Amazônia – foram lugares de debates aprofundados nos assuntos macro do Pacto Global da ONU no Brasil. Foi o palco, por exemplo, do Pacto dos Pactos, em que o Pacto Global da ONU no Brasil assinou, em conjunto com o MOVER (Movimento Pela Equidade Racial) e o Pacto de Promoção de Equidade Racial, uma Carta Compromisso para reafirmar o engajamento das entidades com a luta pela equidade racial e discutir estratégias para incentivar atuação de empresas no enfrentamento às desigualdades no ambiente corporativo.
O SDGs In Brazil terminou com uma grandiosa projeção de cerca de mil drones, promovida em parceria com a Projecting Change e apoiado pela Avaaz. No espetáculo, os drones formavam mensagens de proteção ao planeta, ocupando parte do espaço aéreo de Nova York, mostrando para toda a cidade e o mundo, de forma lúdica e impactante, que é preciso salvar a Amazônia pelo bem do planeta.
A Ambipar e a Eletrobras foram as apoiadoras do evento, que contou ainda com os parceiros Aegea, Afya, BB Américas, Suvinil, United Airlines e Apex Brasil. Apoiadores Institucionais: AMG, Experience Club US, Instituto Alana e Instituto Alok. Parceria de Mídia Oficial: Exame.